Panegírico

Panegírico em louvor a Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti - 29/08/1831 - 11/04/1900

Por: Sandra Albertina Patrício Vieira

Apresentado no dia 30 de abril de 2024, às 19h30min, no Centro Cultural Laudelino Weiss - Centro - Palhoça - SC.

 

Boa noite!

É com júbilo que me encontro entre vós, cercado de amados familiares, amigos e nobres confrades e confreiras, para prestar homenagem ao patrono da Cadeira 20 da Academia de Letras de Palhoça, o ilustre Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.

Nascido em uma data abençoada, em 29 de agosto de 1831, neste vasto universo terreno, filho dileto de Fabiana Maria de Jesus Bezerra de Menezes Cavalcanti e do honrado Antônio Bezerra de Menezes Cavalcanti, nas áridas terras de Jaguaretama, no Ceará, numa vila batizada pelo curioso nome de Riacho de Sangue.

Desde tenra idade, sob o terno olhar da divina providência, foi educado nos preceitos da fé católica, sendo conduzido pela mão do destino, aos cinco anos, à cidade de Fortaleza, onde iniciou sua jornada acadêmica, percorrendo os caminhos do ensino primário e do ginásio.

Sua ânsia pelo saber o levou ao Rio de Janeiro, onde se dedicou ao estudo da medicina, e aos dezoito anos, com bravura ímpar, ingressou nas fileiras do exército militar, era um espírito destemido.

Em uma juventude marcada pelo destemor e pela busca incessante do conhecimento, uniu-se em matrimônio ainda jovem, revelando desde cedo sua nobre disposição para a responsabilidade e o compromisso.

A fim de sustentar seus sonhos acadêmicos, não hesitou em compartilhar os ensinamentos da matemática, oferecendo lições que ecoavam não apenas nos números, mas na generosidade de seu coração.

Porém, foi um enigma o primeiro encontro com o destino, quando um misterioso aluno, ao pagar adiantado pelas aulas, nunca mais foi visto. Assim, iniciava-se uma vida repleta de mistérios e provações.

Nos corredores da política, vislumbrou a possibilidade de servir ao bem comum, mas logo discerniu a sombra da corrupção, afastando-se com firmeza, pois sua honra não poderia ser manchada por conluios e artimanhas indignas.

Voltando-se para os campos da medicina e do serviço militar, enfrentou desafios que acometiam até mesmo sua saúde, demonstrando coragem diante da adversidade.

Foi na senda da cura e do altruísmo que se deparou com os ensinamentos da doutrina espírita, encontrando nas páginas dos livros de Allan Kardec uma luz que iluminaria sua jornada. Oh, divina revelação!

Assim, em meio às consultas e às palestras para curar uma hematose pulmonar empenhou-se na disseminação do conhecimento espiritual, tornando-se um farol de esperança para os necessitados.

Com sua amada companheira, teve a bênção de gerar nove filhos, vivenciando as alegrias e os desafios da paternidade em sua plenitude.

Como autor prolífico, suas obras ecoam verdades eternas, abordando temas que transcenderam os limites do tempo e do espaço, refletindo sua profunda conexão com a medicina, a abolição da escravatura e os ensinamentos espíritas.

Suas principais Obras: A carta; A loucura sob novo prisma; História de um sonho; O Evangelho do futuro; Os carneiros de panúrgio; A casa assombrada; Ontem e hoje; Conversando com seu anjo de guarda, A doutrina espírita; A pérola negra, etc.

Seu legado, escrito com letras douradas nos anais da história, é o testemunho de uma vida dedicada ao serviço do próximo, seja na nobre arte da cura, na palavra escrita ou na inspiração para a fundação de Centros de Luz em todo o Brasil.

Hoje, nesta noite abençoada, celebramos sua memória, recordando com reverência o dia em que sua alma alçou voo em 11 de abril de 1900, para além das estrelas, deixando para trás um legado de amor e sabedoria.

Que sua jornada seja lembrada como um hino à vida, um testemunho do poder transformador do amor e da dedicação ao bem. Glória eterna a Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, cujo nome resplandece como uma estrela guia nos céus da eternidade.

A todos expresso meus mais sinceros agradecimentos. Antes de concluir, gostaria de convidar o senhor Gilson Ribeiro, Presidente do Centro Espírita Bezerra de Menezes de Palhoça, para compartilhar suas palavras conosco.

Muito obrigada!


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