Panegírico

Panegírico em louvor a Lauro Junckes - 09/03/1942 - 20/10/2010

Por: Gladys Rosa

Apresentado no dia 30 de abril de 2024, às 19h30min, no Centro Cultural Laudelino Weiss - Centro - Palhoça - SC.

 

Exma. Sra. Neusa Bernado Coelho, Presidente da Academia de Letras de Palhoça,

Confrades e Confreiras,

Senhoras e Senhores,

Boa noite!

Começarei meu panegírico, apresentando meu patrono, o professor e crítico, Lauro Junkes.

Ele foi um dos maiores estudiosos e incentivadores daquilo que, graças à publicação de obras como “O Mito e o Rito” e à organização de dezenas de antologias de autores locais, passamos a conhecer como “literatura catarinense”. Nasceu em Antônio Carlos — em 9 de março de 942 e se vivo fosse, teria hoje 82 anos. Ele faleceu quando tinha 75 anos. Muito jovem, muito.

Feito essa breve apresentação, eu gostaria de manifestar meu imenso pesar em relação a sua partida precoce. Quando parei para pesquisar sobre sua biografia, percebi que perdemos um grande homem, um grande nome da história catarinense e eu não tive o privilégio de conhecê-lo em vida.

Continuando…

“Lauro Junkes era bacharel em Direito, bacharel em Filosofia, bacharel e licenciado em letras, bem como mestre e doutor em Teoria da Literatura. Por 34 anos foi professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Um intelectual posicionado entre os mais respeitados de Santa Catarina, crítico literário de destacado trabalho, pesquisador emérito, Junkes deixou obras excepcionais e importantes para a cultura catarinense.

Com mais de vinte livros e centenas de artigos e ensaios publicados, concentrava sua pesquisa na Literatura produzida em Santa Catarina e na teoria da narrativa.

O seu legado, sem sombra de dúvida, encontrava-se no estudo e no resgate da literatura de catarinenses esquecidos. Depois da aposentadoria, trabalhou com afinco na organização dos Contos.

Completos de Virgílio Várzea e na Poesia Completa de Luís Delfino, entre outros.

No exercício do jornalismo crítico há mais de 30 anos, comentando produções, sobretudo da literatura catarinense, Junkes possuía centenas de críticas literárias dispersas em jornais, revistas e abas de livros a ponto de dizermos que é difícil encontrarmos um autor catarinense que não tenha recebido sua crítica.

Entre os seus projetos estava a recuperação de escritos inéditos de patronos, fundadores e atuais titulares da Casa de José Boiteux. Foram 20 anos de pesquisas na Biblioteca Pública, na própria Academia, na Universidade Federal de Santa Catarina e em outras fontes. Sempre

com o propósito de tornar conhecidos os principais nomes da literatura, do jornalismo e da política catarinense.”

Lauro Junkes nos deixou em uma quarta-feira, no dia 20 de outubro de 2010, no hospital de Caridade, vítima de um câncer. Deixou esposa

(Terezinha Junkes) e 3 filhos.

Era ocupante da cadeira nº 32 da Academia Catarinense de Letras desde 1982, assumiu a presidência em 2003, permanecendo no cargo até sua morte.

Uma trajetória que merece meus aplausos , minha deferência e admiração.

 

Obras:

A Narrativa Cinematográfica (1979); Presença da Poesia em Santa Catarina (1980);

O Leão Faminto (1982);

Aníbal Nunes Pires e o Grupo Sul (1983);

O Faro da Raposa (1983);

O Mito e o Rito - Uma Leitura de Autores Catarinenses (1987);

A Literatura de Santa Catarina - Síntese Informativa (1992);

Autoridade e Escritura (1997);

De Pedro a João Paulo II (2000);

Açores - Travessias (2003).

 

Após pesquisa e seleção, organizou as seguintes obras de escritores catarinenses:

 

Canção das Gaivotas (contos de Virgílio Várzea - 1985);

Os Melhores Poemas de Luiz Delfino (1991);

Teatro Selecionado de Horácio Nunes (1999);

Poesia Completa de Luís Delfino (2 volumes, 2001);

Contos Completos de Virgílio Várzea (dois volumes, 2003);

Poesia Reunida & Outros Textos, de Maura de Senna Pereira (2004);

Assembleia das Aves & Outros poemas, de Marcelino Antônio Dutra (2006);

 

Textos Críticos:

Altino Flores (2006);

Obra Completa de Cruz e Sousa - Volume I Poesia e Volume II Prosa (2008);

Minutos de Mar, de Manoel dos Santos Lostada (2008);

Praias da Minha Terra & Outros Poemas, de Juvêncio de Araújo Figueredo (2008):

Obra Completa, de Delminda Silveira (2009);

Poesias, Contos, Crônicas, de Oscar Rosas (2009);

Teatro Completo, de Joaquim Antônio São Thiago (2009);

Imponderáveis do destino, de Silveira Júnior (2010).

 

 


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