Panegírico

Panegírico em louvor a Delminda Silveira de Souza - 27/01/1856 - 12/03/1932.

Por: Elírio Tejada Franceschi

Apresentado no dia 30 de abril de 2024, às 19h30min, no Centro Cultural Laudelino Weiss, em Palhoça - SC.

 

Boa noite!

Saúdo a Exma. Sra. Neusa Bernado Coelho, Presidente da Academia de Letras de Palhoça, e estendo meus cumprimentos aos estimados confrades, confreiras, familiares e amigos.

É com imensa alegria que estou entre vocês para prestar homenagem à patrona da Cadeira 16 da Academia de Letras de Palhoça, a ilustre Delminda Silveira de Souza, uma das maiores escritoras do século XIX

Delminda Silveira de Sousa, nasceu no berço de uma família Açoriana. em Desterro, 27 de janeiro de 1856 — faleceu em Florianópolis, 12 de março de 1932) foi uma professora e escritora brasileira.  

Vida

 

Filha de José Silveira de Sousa Junior; o pai era tesoureiro da Alfândega da antiga Desterro e Caetana Xavier Pacheco Silveira, sobrinha de João Silveira de Sousa.

Desde muito cedo motivou-se para o universo das letras e dos poemas, era uma menina muito dedicada aos estudos; teve um grande professor chamado Venceslau Bueno de Gouveia, foi um importante educador, jornalista, filósofo e poeta do Estado de Santa. Venceslau tinha um grande amor pela poesia, e ensinou para Delminda não só o amor pela poesia, como também um aprofundado ensino religioso; e isto veio marcar a trajetória desta mulher por toda sua vida.

Curioso é que Delminda quase sempre estava de preto, isto acontece não somente pelo seu desenvolvimento na vida pessoal, por alguns traços da vida pessoal, mas também pelo seu perfil acadêmico, poético, ela com o tempo foi entrando em seu mundo recluso, uma vida mais solitária e vivia em seu mundo dos sonhos e dos livros, sempre seguiu o caminho dela, produziu bastante, colaborava com revistas, e ficava sempre na dela sem a badalação social. Desde pequena a Delminda foi considerada uma mente pessoal suprema, com uma mente superior, ela meio que chocava as pessoas com sua inteligência.

Ela não fez o ensino médio, como chamamos hoje de ensino secundário, mesmo assim, ela se tornou professora, pois era muito boa em francês e português; sendo assim, lecionou francês e português no colégio Coração de Jesus, colégio tradicionalmente católico; onde também estudou quando menina, e ganhou este espaço para professorar mesmo não tendo feito o ensino secundário.

Como ela também trabalhou na imprensa e tinha vários textos, mas livros mesmos começou a publicar com 50 anos, e aos 66 anos foi convidada e ingressou na Academia Catarinense de Letras.

Foi membro da Academia Catarinense de Letras (ACL), sendo a primeira mulher da ACL, titular da cadeira 10. Hoje é patrona da cadeira número 3 da Academia Catarinense de Letras e Arte. A imagem autoral dela foi tão importante que o estado de SC, determinou que entrasse nos livros didáticos catarinenses suas poesias e biografia.

Delminda Silveira fez parte do pequeno grupo de mulheres que integravam o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Ao lado de Veridiana da Silva Prado, Júlia Lopes de Almeida e Maria Olga de Moraes Sarmento da Silveira somavam 16 mulheres num grupo de 1000 associados durante os primeiros 20 anos deste instituto.

Em 1914 publicou seu segundo livro, chamado Cancioneiro, uma coleção de hinos e poesias comemorativas das principais datas nacionais. Por decreto do Governador Vidal Ramos, esta obra foi oficialmente adotada em todos os estabelecimentos de ensino em Santa Catarina.

Está sepultada no Cemitério do Hospital de Caridade de Florianópolis.

 

Suas Obras

A poesia 1895

Lises e martírios (Poema), 1908

Cancioneiro (Poema), 1914

Brasil: Peça alegórica em cinco atos (Memórias), 1922

O coração! (Romance e/ou novela)

(Urania), Amor: Jorge Spero e Teléa (Romance e/ou novela)

15 de novembro: (Proclamação da República do Brasil - 1900)

A mendiga

Branca de neve 1926

Amor e rosas de Santa Theresinha do Menino Jesus 1929

A nossa viagem de Florianópolis à Blumenau 1930

As nuvens 1930

Passos dolorosos (Poema), 1931

Indeléveis (Poema), 1989 post-mortem

Representação na cultura

Em sua homenagem, foi batizada a Escola de Educação Básica "Delminda Silveira" em Mondaí, Santa Catarina.

Delminda 1a

Delminda 2

Delminda 3

Delminda 3a

Seu nome também está numa rua do bairro Agronômica em Florianópolis.

Delminda 4

Delminda 5

Edelweiss

— O que farias tu para me provares o teu grande afeto? — pergunta a loira Margarida a seu enamorado Alberto!

— Oh! Se assim te apraz, responde-lhe afoito o mancebo, subirei ao mais elevado dos Alpes, e, com risco de minha própria vida, arrancarei a flor que nasce em suas geleiras para a depositar no teu seio como troféu do meu incomparável amor!

— Pois bem; a bela torna, vai, traz-me o Edelweiss; eu te esperarei no vale.Hei-lo a escalar a imensa cordilheira, suspensa por sobre o abismo que o fascina. Lá viceja a linda flor; um instante mais, e colhê-la-á. Estende a destra, firmando-se sobre a esquerda que segura fortemente uma planta da montanha; agora sim: tocou-a, prendeu-a ...mas, no movimento que faz quebrando-a ao hostil, perde a segurança e despenha-se na voragem profunda!

Um grito de dor atroz reboou no vale; uma mulher parou a beira do precipício, sua vista mediu-lhe a profundeza e a vertigem derrubou-a!

Só a Morte - ciumenta e cruel! - guardou no frio seio o precioso e fatal - Edelweiss!


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