Natal
Foi lá em Belém, distante da cidade,
a bela natureza como fundo,
intensa luz brilhou no céu rotundo
e encheu de pronto toda a imensidade.
Quem viu? Quem sabe? Qual a novidade?
- É alguém do céu que veio para o mundo,
trazendo mil lições de amor profundo
e quis fazer feliz a humanidade.
Naquela cena mística luz,
Nasceu o Menino-Deus, nasceu Jesus.
Tomando parte nesse festival,
Noss’alma canta, vibra e o engrandece
e freme o coração e se enternece,
no belo simbolismo de Natal.
Solidão
A José Boabaid, meu esposo, in memorian.
“Co’a solidão viver a paz consigo.
Jamais fraqueza alguma foi virtude.
Sou forte e audaz, não temo a solitude”.
Sustento o tema e, logo após, prossigo:
Partiu par’o além, meu bom Amigo
e triste, então, senti, em plenitude,
a sua essência, a plácida quietude
de minha vidam, meu seguro abrigo.
Eu curto um sentimento suave e puro:
saudade terna, pranto que eu bendigo,
do ombro amigo que hoje, em vão, procuro.
Mas não me sinto só. Do ninho antigo,
Lembranças vivas luzem no escuro.
A imagem do passado está comigo.
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