Discurso de posse

DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA DE LETRAS DE PALHOÇA, EM 1º/06/2017

ACADÊMICA: ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG

Cumprimento a presidente da Academia de Letras de Palhoça, em exercício, Senhora Sonia Ripoll, os confrades e confreiras da ALB, as autoridades e instituições literárias aqui presentes, familiares e amigos

Hoje, aqui estou, nesta sessão solene, para tomar posse na Academia Letras de Palhoça, cadeira de número 27 cujo patrono é o escritor Luiz Delfino, catarinense natural de Florianópolis.

Honrada e emocionada expresso minha admiração e meu respeito a essa Academia, pela seriedade, denodo nos seus objetivos e o comprometimento demonstrado em prol da literatura palhocense e catarinense.

Não poderia ser diferente, pois desde a sua fundação custou aos seus membros considerável esforço no sentido de mantê-la viva e atuante, o que por certo aumenta a responsabilidade que essa admissão me confere.

Responsabilidade acrescida pelo ilustre patrono que nomina a cadeira 27 e que a partir de agora humildemente tentarei representa-lo.

Luiz Delfino, reconhecido e notório médico desempenhou sua nobre profissão, com sucesso, na cidade do Rio de janeiro.

Como escritor, a poesia foi seu campo literário de maior destaque e dedicação.

Considerado o príncipe dos poetas brasileiros, como poeta navegou entre o Romantismo e Parnasianismo com abundante produção sem nunca publicar seus poemas na forma consistente de um livro, apesar de ter sua poesia publicada em diversos jornais da época. Seu filho Tomás Delfino foi quem reuniu postumamente a poesia do pai e publicou em 14 volumes, de 1926 a 1943.

Em 2001 ganhei os dois volumes das Poesias Completas de Luiz Delfino, edição da Academia Catarinense de Letras. Ao todo são cerca de 1400 páginas e foi então, que me apaixonei pelo autor e sua poética.

Nem nos meus mais improváveis sonhos imaginei que viveria este momento para render à sua memória minha justa e sincera homenagem - e o faço agora com grande orgulho alegria e responsabilidade.

E vos digo ainda,

Amei sempre as palavras!

Venho de uma família de aficionados leitores.

Comecei minha vida profissional como professora de Português, ensinando e aprendendo sempre mais a língua pátria.

Mais tarde, funcionária pública estadual, como secretária e, em assessorias, desempenhei por muito tempo a função de redatora de documentos oficiais. Posso dizer que foi nos reflexos mágicos das palavras desdobradas entre o real e o imaginário que margeei os contornos da vida para buscar mais tarde na poesia a beleza impressa no olhar e então compartilhar a loucura plena da vida na sua normalidade, mas que é tão grande que ainda cabe no impossível e arranca todas aquelas ternuras, amores e pretextos que alimentam a alma. Me fiz poeta.

Foi somente em 2002, que ousei e divulguei meu trabalho no meu primeiro livro “Fragmentos”, incentivada por amigos e apoiada de minha família.

Depois deste, paulatinamente, foi crescendo meu acervo de publicações. São 7 livros solos e 24 coautorias em Antologias das quais 14 em Portugal.

Aos poucos fui divulgando meus novos trabalhos, fui participando de outras instituições literárias aqui no Brasil e no exterior e recebendo reconhecimento através de honrarias criando assim minha história literária e que hoje me levam a ser empossada nessa ilustre Academia de Letras de Palhoça.

Agradeço à acolhida generosa oferecida pela Presidência, demais diretores e pelos nobres confrades e confreiras da ALP.

O que tenho a oferecer é tão só minha poética e o meu compromisso de depositar na Academia todo o meu aprendizado e disponibilidade.

Finalizo citando o poeta e filósofo cubano José Marti que, em 1853, assim escreveu:

“ Um grão de poesia é suficiente para perfumar um século”.

Que assim seja!

Obrigada!


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