Discurso do Acadêmico José Pilati, saudando os dez novos Acadêmicos empossados.

Discurso do Acadêmico José Isaac Pilati, Titular da Cadeira nº 09 da Academia de Letras de Palhoça, na Sessão Solene de Posse de dez novos Acadêmicos eleitos pela ALP, realizada no dia 17 de dezembro de 2009, no Plenário da Câmara Municipal de Palhoça – Santa Catarina, saudando os novéis Acadêmicos.

 Senhoras e senhores,

 Frederico Nietzsche expressou em linguagem filosófica a verdade de todas as Academias de Letras. A Arte, disse o Filósofo alemão, salvou o homem grego, e em conseqüência a civilização, por ter transfigurado o horrível e o absurdo da existência em imagens de beleza[1]. O Filósofo – arrematou Nietzsche[2]deve reconhecer o que é necessário e o artista deve criá-lo.  

Em cada momento poético, acrescenta Schelling, está de um lado o espírito apolíneo, da ordem e da regra; e do outro o espírito dionisíaco do impulso criador, obscuro na origem, mas transformador do horrendo em belo, do horrível em beleza e contemplação[3]. Ora, este instante é de beleza e reproduz esta antítese fundamental: a da transformação da vida pela Arte.

A Academia de Letras de Palhoça é uma dessas oficinas dionisíacas de Arte, que fecundam a vida com a beleza. Foi fundada em 13 de fevereiro de 2003 por seu Imortal Patrono Paschoal Apóstolo Pítsica. Criou-a com a incumbência de cultivar a língua vernácula e a cultura pelo labor literário; de defender e divulgar a produção cultural e histórica de e sobre Palhoça.

Paschoal Apóstolo Pítsica partilhou o ato primeiro, o da Fundação, com: Carmem Maria Carvalho de Lima; Cesar Luiz Pasold; Déspina Spyrídes Boabaid; Ivo Silveira (Patrono da própria Cadeira); João Francisco Vaz Sepetiba; José Isaac Pilati; Liene Collaço Paulo; Manoel Scheimann da Silva; Vanilda Tenfen Medeiros Vieira e Zelka de Castro Sepetiba.

Paschoal Apóstolo, na sua sabedoria, fez ver ao primeiro Presidente João Francisco Vaz Sepetiba, que aquele quadro, assim mesclado, com nomes da Grande Florianópolis, seria marca distintiva da instituição, pois ele projetava uma Academia aberta ao intercâmbio, tal como Ivo Silveira, que desde Palhoça ganhara o Governo e a admiração de todos os catarinenses.

O primeiro Presidente eleito seria Manoel Scheimann da Silva. Foi Manoel quem conduziu a novel Academia à maturidade: instalou-a na sede provisória, definiu as insígnias, elaborou o estatuto (encomendado a César Luiz Pasold), e perante o falecimento de Ivo Silveira, em 2007, presidiu a primeira Sessão de Saudade da instituição palhocense. Mas ele iria além.

Manoel Scheimann da Silva realiza hoje nova fundação da ALP ao instalar: Milka Lorena Plaza Carvajal, Rudney Otto Pfützenreuter, Therezinha Cacilda Monteiro Mann, Acyr Ávila Luz, Julião Ayrton Ribas Goulart, Neidi Rodrigues, Sonia Terezinha Ripoll Lopes, Antonio Manoel da Silva, Maria da Graça Prim e João Sérgio Sell.

São nomes que orgulham Palhoça, e darão cumprimento à missão estatutária maior, que diz: A ALP criará e implementará a “Casa Paschoal Apóstolo Pítsica”, voltada à integração das Academias de Letras do Estado de Santa Catarina. Esta tarefa começa hoje. É obra de arte e beleza. Com ela, iluminada por seu Patrono, a ALP brilhará em todo o Estado.

Estes dez nomes são bem-vindos e são predestinados.  Instalam-se nesta Casa de Leis de Palhoça, na missão humana mais sublime, que é resgatar a beleza pelas letras e pela cultura, num Município belo e pujante. Que a luz de Paschoal Apóstolo, o espírito venerando de Ivo Silveira, e a nossa sincera Alegria vos guardem, governem e iluminem.

Muito obrigado!

 

 

[1] GRANIER, Jean. Nietzsche. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre: L&PM, 2009, p. 87 passim.

[2] NIETZSCHE, F. O livro do filósofo. Tradução de Antônio Carlos Braga. São Paulo: Escala, 2007, p. 17.

[3] ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 74.