DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA DE LETRAS DE PALHOÇA, EM 09/05/2016
ACADÊMICO: ÁLVARO WANDELLI FILHO
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara de Vereadores de Palhoça, no ato representado pelo Vereador Nirdo Artur Luz, e seus eminentes pares.
Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de Palhoça, no ato representado pelo Secretário da Fundação de Esporte e Cultura de Palhoça, senhor Vanilson Valdemar da Silveira.
Digníssimo Senhor Presidente da Academia de Letras de Palhoça, acadêmico Antônio Manoel da Silva.
Demais ilustres integrantes da mesa diretora dos trabalhos.
Ilustres autoridades presentes.
Familiares, amigos, senhores e senhoras.
Ao agradecer minha solene posse na Academia de Letras de Palhoças (ALP), cadeira número 26, valho-me do breve espaço de tempo que nos foi concedido no âmbito deste cerimonial e cumprimento e louvo os hoje agraciados: Senhor Takashi Severo Okuma pela outorga do Prêmio Ivo Silveira de Cultura e o Excelentíssimo Senhor Deputado Jorginho Mello pelo recebimento do Certificado de Incentivador da Cultura.
Certamente, pela pertinência e critério na escolha, a comunidade inteira está aplaudindo esta boa iniciativa de nossa ALP, instituição que justamente representa aqui nossos mais caros ideais de elevação e desenvolvimento da cultura.
Por igual, cumprimento e louvo os nobres colegas acadêmicos que juntamente comigo tomaram posse formal nesta noite, Senhoras Vera de Barcellos e Neusa Maria Bernardo Coelho e Senhor Ney Santos, os quais vieram para somar e enriquecer as importantes atividades acadêmicas.
Agradeço também aos estimados e insignes membros mais antigos da academia, que nos acolheram fraternalmente e com tanta fidalguia, especial destaque para o acadêmico José Isaac Pilati, de quem partiu o primeiro convite para que eu concorresse ao preenchimento de uma das cadeiras vagas.
Peço vênia para homenagear “in memoriam”, neste momento, a catarinense Ondina Doin Vieira Wandelli, que me acompanhou por 56 anos de matrimônio e sempre me incentivou. Que ela esteja bem.
Sou grato ao filho mais velho que me apôs as insígnias cerimoniais e às filhas, genros e netos. Todos me emocionaram com sua carinhosa presença. Entre eles, quero ressaltar o comparecimento de Henrique, um dos meus netos, de apenas 5 anos de idade; entusiasmado com tudo que aqui se passava, com sua infantil inocência e sinceridade assim se manifestou ao seu genitor: “Pai, não quero mais ser pirata, não. Eu agora quero é ser escritor”.
Quanto à minha patronesse, poeta Cecília Meireles, por demais conhecida, trata-se indiscutivelmente do maior representante feminino da poesia brasileira, considerando o conjunto amplo e expressivo de sua obra poética, marcada pelo virtuosismo e alta sensibilidade. Sobre ela falarei em outra oportunidade.
Antes de encerrar e acima de qualquer discurso que eu poderia proferir, gostaria que me dessem a honra de ouvir o seguinte e breve poema que escrevi para este evento:
Contemplação de Ulisses
Deus, homem e natureza,
como entender seus enigmas:
buscar no paraíso a beleza
ou fruir das aventuras por si mesmas?
Perigos e abrolhos
à superfície das águas
ocultam-se aos olhos
de incautos nautas.
Coração cheio de esperanças,
continuava arrostando
a fúria descontrolada dos ventos
no universo das ondas.
Quem haveria de resistir
ao traiçoeiro canto das ninfas
e, no reflexo das vagas,
o astro da noite distinguir?
Dentro de nós também vive um Ulisses,
à ilha ancestral regressou.
Está nos braços de sua rainha
que sempre o amou.
Veja também